Anteprojeto - Habitar Social Coletivo
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terça-feira, 1 de outubro de 2013
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
ARTIGO: Diálogo Desenho - "O Homem Vitruviano"
ARTIGO: Diálogo Desenho - "O Homem Vitruviano"
Análise da exposição “Diálogo Desenho: O Homem Vitruviano”
Alessandra Pantaleão Dirscherl - alepantadir@hotmail.com
Fernanda Vilela Martins Parreira - fernandavmp@yahoo.com.br
Jéssika Fernandes Parreira - jessika_parreira@hotmail.com
Luanny Silva de Souza - luanny_souza@hotmail.com
Paula Barcellos Vasconcelos – paulab_v@hotmail.com
Resumo
O artigo consiste em uma descrição e uma análise da performance da obra “Homem Vitruviano”, feito pelo grupo Empreza de Goiás que foi realizado no Museu Universitário de Arte (MUnA), está análise deriva de um seminário apresentado na matéria de análise da forma da faculdade de arquitetura e urbanismo da UFU. Uma obra que compõe o projeto, Diálogo Desenho, que pretende reunir obras de artistas de Goiás. Para análise dessa obra foi relatado as percepções que se tem da obra ao vê-la, sem saber do que se tratava inicialmente, de caráter mais empírico e uma análise mais aprofundada baseada na relação com o texto “A informação estética e a outra” de Teixeira Coelho.
Palavras-chave: Homem Vitruviano, performance, imperfeição, materialidade, essência
Analysis of the exhibition "Dialogue Design: The Vitruvian Man
Autores
Alessandra Pantaleão Dirscherl - alepantadir@hotmail.com
Fernanda Vilela Martins Parreira - fernandavmp@yahoo.com.br
Jéssika Fernandes Parreira - jessika_parreira@hotmail.com
Luanny Silva de Souza - luanny_souza@hotmail.com
Paula Barcellos Vasconcelos - paulab_v@hotmail.com
Abstract
The article consists of a description and analysis about the performance of the work "Vitruvian Man", made by the Group Empreza Goiás which was made at the University Museum of Art (MUNA), is derived from analysis of a seminar presented in the “analysis of the shape” of college of architecture and urbanism of the UFU. A work that makes up a project, Dialogue Design, that aims to bring together works by artists from Goiás. For analysis of this work was reported perceptions of the work that has to see it, without knowing what it was initially, of a more empirical and further analysis based on its relation with the text "the aesthetic information and others" of Teixiera Coelho.
Keywords: Vitruvian man, Performance, imperfection, materiality, essence
1. Introdução
A performance do “Homem Vitruviano”, no Museu Universitário de Arte, foi realizada pelo Grupo Empreza, de Goiânia - GO, juntamente com mais nove artista compõe um trabalho chamado “Diálogo Desenho”, que visa expor trabalhos de artistas de Goiás. Os trabalhos como um todo tem o intuito de promover estratégias, diálogos e discussões do desenho na atualidade. A performance que dá origem a obra foi feita da seguinte maneira, os artistas, um homem e outras duas pessoas, o homem com roupas sociais primeiro se despe, deixa as roupas de lado e se coloca contra a parede de forma que quando um foco de luz se coloca nele uma projeção de seu corpo se forma na parede, a partir disso as outras duas pessoas, também vestidas com traje social se aproximam e cortam o dedo do homem e com o sangue que dele desenham o contorno do mesmo a partir da sombra que se projeta na parede, assim deixam marcado a sangue na parede o contorno da projeção que por sua vez pertence ao homem.
Os próprios artistas descrevem a performance como uma forma de questionar o que é imposto pela sociedade para os indivíduos, que é o que a sociedade e a mídia divulgam como sendo a perfeição, o que eles contestam é essa questão do homem perfeito, que é o homem vitruviano de Leonardo Da Vinci, já que Leonardo Da Vinci coloca o homem com as medidas do corpo de acordo com uma proporção áurea que seria a ideal para os conceitos da época que vivia, o mais adequado e atraente aos olhos.
2. Referencial teórico-conceitual
O texto de João Teixeira Coelho Netto trata de um problema pertinente, a diferenciação entre o conhecimento estético e o semântico. Como o próprio autor trata no texto, não existe uma separação nítida entre os dois, mas pode distingui-los de maneira geral. A informação semântica seria o conhecimento pela razão, previamente codificado. Já a informação estética seria o conhecimento pelos sentidos, emocional, que pode pretender significar. Assim, uma obra de arte transmite algo e ela esta atribuida a uma informação estética.
De acordo com João Teixeira Coelho Netto, a necessidade do homem em se expressar é tão importante quanto às outras. Como muitas obras pretendem passar o sentimento do artista, ela pode ter significados obscuros ou claros (COELHO NETTO, 2011), ou seja, que seu significado pode ser algo mais claro e de fácil apreensão do observador, ou algo mais difícil de entender, necessitando de uma análise mais profunda.
A primeira impressão do grupo, ao se deparar com a obra, foi a lembrança do homem vitruviano, em razão da posição dos braços pintados na parede. Ao olhar mais de perto, percebe-se que os traços feitos não são contínuos, se assemelhando com desenhos e traços infantis.
Obras de arte permitem que a cada vez que a olhamos atentamente seja possível abstrair algo novo, “Já a informação estética não é passível desse esgotamento. Quanto maior for a taxa de informação de uma mensagem estética, mais variadas serão as abordagens por ela permitidas” (COELHO TEIXEIRA, 2011, p. 171). Assim, a informação estética pode ter variação quanto a seus receptores, como também pode variar para um mesmo receptor em momentos diferentes de sua vida.
Outra questão fundamental é que na informação estética o conhecimento prévio não atrapalha na transmissão de sua mensagem, somente contribui para um maior rendimento. Devido a isso, uma obra de arte pode carregar consigo diferentes entendimentos, quanto mais informação acrescentada pelo artista maior será a compreensão do observador.
Vale também ressaltar a relação dos códigos particulares, pois uma informação semântica pode ser facilmente traduzida de um código para outro, mas a informação estética não é cabível dessa tradução plena, pois nela contém especificidade do seu código e do código particular de cada pessoa que interpretará essa informação.
3. Materiais e métodos
O que se pretende analisar é a obra (O Homem Vitruviano) que se resultou da performance, por essa razão ela foi analisada pessoalmente no MUnA e consequentemente, foram feito registros fotográficos para serem também analisados posteriormente. Tem-se também como base o texto de João Teixeira Coelho Neto, como forma de melhor embasar a compreensão dos vários significados a serem transmitidos pela obra, relacionando-os com os aspectos semânticos e estéticos discutidos pelo autor.
Ou seja, de modo geral, a análise desse trabalho tem por método a utilização de referências textuais e recursos gráficos para extrair todas as possíveis informações e interpretações relacionadas à performance e ao que se resultou dela.
4. Discussão e análise dos resultados
A partir da abordagem sobre o homem vitruviano, o grupo refaz o desenho ideal, com o sangue do artista, das proporções áureas, a partir do corpo humano contemporâneo, mostrando que diferente dessas proporções ideais e do padrão que a sociedade impõe como perfeito, todo ser humano tem suas imperfeições. Então, essa performance contesta os padrões ideias da atualidade.
O corpo com medidas perfeitas agora são contestadas, e os riscos do sangue dos artistas mostram os contornos, as dimensões e as formas desse homem imperfeito que somos.
Ao final da performance, o artista sai nu, deixando suas roupas para trás, mostrando sua naturalidade e abandono da materialidade, o que pode-se deduzir que, o que realmente importa é a essência do ser.
O uso do sangue em si também representa esse caráter individual, pois o sangue é um elemento intrínseco a cada um, nele carregamos nossa essência e particularidades que nos diferem de qualquer outro ser humano.
A obra não só discute às questões relacionada à perfeição em si, mas também simboliza (com a realização dos cortes nos dedos e uso desse sangue) a dor e o sofrimento existentes nesse processo de busca pela perfeição e/ou libertação desses padrões, exemplificando através desse ato todas as formas mais pessoais de desconforto ou sofrimento sofrido pelas pessoas perante uma sociedade regida por padrões pré-estabelecidos.
Vale também analisar a forma como o artista transmite essa discussão, pois através de uma performance física ele consegue provocar estranheza e uma experiência de certa forma “sensorial” resultante do processo de marcar sua sombra na parede com o sangue obtido com o corte de seus dedos. Nisso entra-se em mais uma reflexão sobre a compaixão que acaba sendo direcionada ao mesmo devido à situação ao qual ele é exposto, o que podemos relacionar com as relações que as pessoas acabam estabelecendo com as outras diante de uma situação de sofrimento.
5. Considerações finais
Esta obra permite imensos significados, tanto para os que assistiram à realização da performance, quanto para os que se depararam apenas com a figura na parede resultante dela. E, assim como discute Coelho Teixeira, o próprio título da obra - “O Homem Vitruviano” - amplia o leque possível de interpretações, pois se relaciona a um elemento já existente e de caráter conceitual extremamente forte e relevante.
Com a análise dessa obra, percebe-se a intenção dos autores em discutir e questionar a busca pela perfeição ao associar a projeção da parede à um símbolo do ideal de beleza e proporções perfeitas, e o sofrimento existente para atingí-la ao usar o sangue como forma de registrar as formas desse homem “imperfeito”. Compreende-se como uma reflexão do que se é imposto pela sociedade e como o indivíduo se coloca diante disso, tendo no sofrimento a busca pela sua libertação e alcance de uma existência mais plena.
6. Referências
COELHO NETTO, João Teixeira. A informação estética e a outra..In: Semiótica, Informação e Comunicação: diagrama da teoria do signo. Ed. São Paulo: Perspectiva, 2011.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
API V - HABITAR SOCIAL (Estudos Preliminares )
PLANEJAMENTO (link abaixo)
http://issuu.com/paula_v/docs/1_9c81b646879020
ESTUDOS PRELIMINARES (link abaixo)
http://issuu.com/paula_v/docs/estudo_preliminar
http://issuu.com/paula_v/docs/1_9c81b646879020
ESTUDOS PRELIMINARES (link abaixo)
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quarta-feira, 17 de julho de 2013
domingo, 23 de junho de 2013
API V - APO Residencial São Jorge I (Relatório)
A avaliação de pós-ocupação foi realizada no dia 14 de junho, no Residencial São Jorge I, localizado no Bairro Laranjeiras entre as ruas Antônio Bernardes Costa e Wilson Cunha. O grupo, responsável pelo bloco D, entrevistou moradores de três apartamentos diferentes dentro do período de 14:30 às 16:00 em uma tarde de céu azul.
O bloco, com formato em “H”, possui 4 pavimentos com 4 apartamentos por andar, formando um total de 16 apartamentos. Dentre eles os apartamentos inseridos no questionário são um do terceiro andar e dois do quarto andar, identificados como aptos 01, 02 e 03. Os aptos 01 e 03 possuem orientação nordeste, enquanto o 01 possui orientação sudeste.
O primeiro apartamento – Apto 01 – era composto por uma família nuclear de 3 moradores (pai, mãe e filho). O entrevistado era homem, de 20 a 30 anos, possuía Ensino Médio completo e trabalhava como vigilante. Ele e a esposa trabalham fora, obtendo uma renda de mais de R$1.200,00 por mês. Antes de possuírem o imóvel próprio no Residencial, moravam em uma casa alugada no bairro Jardim Patrícia.
O Apto 02 também era composto por três moradores, sendo nesse caso uma família nuclear expandida (mãe, filho e avó). A entrevistada era uma mulher idosa, de 75 anos, aposentada e com 4ª série completa. A renda mensal dos moradores é acima de R$1.200,00 e o apartamento é próprio, estando no nome da filha. Segundo a moradora, a mesma morou anteriormemente no bairro São Gabriel em casa própria (no nome dela).
O apto 03 é o que apresenta a maior família, caracterizado por uma família nuclear composta por 5 membros (pai, mãe e três filhos). A entrevistada é mulher, de 36 anos, e está cursando a sexta-série. Possuem uma renda acima de R$1.200,00, com o marido trabalhando fora e ela cuidando da casa. Moravam em coabitação nos fundos da casa da sogra, no Jardim Ipanema. Apesar do imóvel atual ser próprio, a moradora já tem planos para vendê-lo e conseguir um apartamento maior.
O conjunto conta com elementos externos que se resumem a um parquinho, uma quadra, área de circulação e de estacionamento. Os elementos não são tão bem implantados, e os espaços residuais acabam atrapalhando em vez de auxiliar. Todos os entrevistados tem consciência da existência dessa área de lazer no edifício, entretanto, apenas nos aptos 02 e 03 é que os moradores afirmaram que utilizam esses elementos.
Como principais sugestões para aprimoramento desse espaço os moradores sugeriram outras áreas de lazer e outros elementos dos quais eles sentem falta e/ou poderiam ser uteis, como, por exemplo, praça verde, equipamentos de ginastica, e churrasqueira/salão de festas.
Nesse local, quando se trata dos meios de transporte as respostas também variam de morador para morador. No apto 01 o casal possui um carro e uma moto próprios, não fazendo uso do transporte público. Se localizam próximos aos locais de seus respectivos trabalhos, portanto a locomoção não chega ser um problema pra eles. Já no apto 02 a proprietária utiliza apenas o transporte público, tendo então que depender dele independente da sua eficiência ou não. No apto 03 os moradores também fazem uso do transporte público e da bicicleta como forma de locomoção. O marido trabalha longe, mas a empresa vem buscá-lo para o trabalho e a entrevistada afirma que há escolas de boa educação nos arredores, o que, para ela, facilita a locomoção.
A partir da entrevista feita com os moradores foi possível identificar fatores relacionados aos equipamentos públicos oferecidos pela cidade, que os próprios julgam adequadas ou não. Primeiramente foi perguntado sobre cinco equipamentos públicos relacionados ao bairro que estavam inseridos, que são o transporte público, saúde, educação, cultura e lazer. Levando em conta a observação sobre o bairro dos entrevistadores e também da condição social e de bem estar de morador pode se perceber que em relação aos transportes públicos os moradores que mal utilizam dele para o apoio nas tarefas diárias como o apartamento 3, onde o transporte para o trabalho é feito pela empregador, já no apartamento 1, onde não é usado o transporte publico, pela razão de os moradores possuírem carro próprio julgaram insatisfatório, pela razão de outras experiências que ouviram do que das pessoais.
Foi percebido que os moradores do apartamento 1 tem um nível de critica quando aos equipamentos maior do que os dos outros moradores, isso pode ocorrer devido ao nível de escolaridade, a melhor condição de vida dos mesmos e as condições passadas de vida. Isso pode ser percebido quanto às respostas sobre saúde e educação também, já que apenas eles julgam insatisfatórios esses tópicos, os outros moradores julgam na maioria boa já que há posto de saúde e hospital na localidade do conjunto habitacional.
Já quanto a tópicos como cultura e lazer foi unanime a resposta que se obteve, a insatisfação foi clara já que não há nada relacionado nas proximidades do condomínio, o que mais se aproxima é o centro esportivo, mas que foi relatado como local de uso apenas pelos moradores do apartamento 1, os moradores julgaram que essas atividades apenas acontecem longe da localidade onde vivem, mais na centralidade da cidade ou em locais de maior renda, assim utilizam-na apenas poucas vezes ao ano, como um caso citado por um morador, o parque do sábia.
Com relação a aspectos que envolvem o bairro onde está situado o conjunto habitacional pode se perceber que as respostas se dão de uma forma mais homogênea entre os entrevistados. Quanto as impressões do bairro as respostas foram de “muito feliz” a “médio”, isso pode se perceber já que as necessidades do dia-a-dia são supridas em teoria pelo bairro, já que o mesmo é munido de vários comércios, escolas, hospitais, todos estes situados a uma distancia pequena do conjunto habitacional. Também, por o bairro suprir essas necessidades todos os moradores se sentem incluídos na cidade, tendo assim uma localização boa, já que não precisam se deslocar grandes distâncias. Em relação a aparência do bairro e o bem estar julgam positivamente, isso possivelmente se deve pelo fato de que o bairro oferece o que se é necessário para o dia-a-dia, já em relação o manutenção julgam de negativamente a médio, o que contradiz a resposta dada para a aparência levando em conta que esses dois tópicos estão intimamente ligados, a contradição ocorre possivelmente pela relação sentimental que levaram em conta na resposta da aparência e pelo que realmente vem no bairro quanto a manutenção sendo que um dos moradores ainda citou que envolta do conjunto os terrenos e calçadas não são cuidados, além de fazerem comparações com outras construções mais bem acabadas do que a que moram.
Em relação ao apartamento foi perguntado sobre a localidade perante a cidade, a proximidade do trabalho, equipamentos e serviços, e as respostas foram em maioria positiva, isso se deve novamente ao fato de o bairro oferecem bastante recursos aos moradores em termos de necessidades diárias, apenas no apartamento 3 foi respondido que a distancia do trabalho era grande, pois o uso do transporte público e grande e leva tempo para alcançar as distancia entre trabalho e moradia. Já quanto a segurança do apartamento foi verificado respostas diferentes, o apartamento 1 e 2 responderam que há segurança, mesmo relatando casos de vizinhos que achavam inapropriados, já o morador do apartamento 3 relatou casos de furto dentro do condomínio, julgando assim “pouco segura”.
Como dito anteriormente o conjunto é composto por 11 blocos que estão dispostos de forma alinhada, essa disposição gera espaços e circulações que foram perguntadas aos moradores a respeito das mesmas. Quanto a localização do bloco no conjunto a resposta foi unanime de “bem localizado”, já quanto a aparência desse trajeto feito por eles de seus apartamentos a rua ou vice versa, foi obtido respostas diferentes nos três casos, apenas o apartamento 2 respondeu como bonito o caminho que percorre, a resposta se deve muito pelo fato da condição de moradia anterior do morador, como citado pelo próprio, que morava em condições precárias durante a maior parte de sua vida, isso também influenciou boa parte das respostas dadas por este morador. O caso do tópico dimensão foi observado o mesmo padrão de respostas que a aparência, e o apartamento 3 mantêm, a resposta negativa quanto ao tópico.
Pode-se perceber que os moradores do condomínio que possuem carro, não se importam diretamente com as questões de acessos já que o carro possibilita uma facilidade maior de acesso, pode-se ver também que os acessos estão concentrados tanto de pedestre como de veículos.
Em relação a aparência externa dos edíficios, dois dos três entrevistados consideram feia. Após a senhora de idade do apartamento 2 ter contado sua história de vida, entendemos seu ponto de vista em achar tudo bonito no edifício e em seu apartamento. Ela relatou que nasceu e cresceu em cidade pequena, e que só havia escola pública até a 4ª série do ensino fundamental. Por isso, passou a maior parte da vida trabalhando e por muito tempo de doméstica. Aposentou recentemente, e agora vive no apartamento comprado pela filha, juntamente com ela e com o neto. Durante o dia, cuida da bisneta com menos de um ano. Acreditamos que se a entrevista tivesse sido feita com a filha, proprietária da casa, com certeza teríamos diferentes respostas às estas questões.
Os proprietários dos apartamentos 1 e 3, consideram de péssima qualidade os materiais de construção e de acabamento utilizados tanto no edificio em geral, quanto no interior de suas moradias. Diferentemente da resposta da questão anterior, a aposentada já afirma que é de média qualidade os materiais utilizados, ou seja, mesmo com pouco estudo e vivências humildes, ela percebe que poderiam ter uma melhor qualidade de construção e acabamento.
Afinal, é visível a quantidade de rachaduras na construção de alvenaria estrutural, principalmente próximo às janelas e portas. As esquadrias expostas às intempéries, estão enferrujadas e com problemas de abrir e fechar. O corrimão da circulação vertical está todo descascado, e muitos degraus estão irregulares, com pequenas inclinações nos azulejos mal colocados.
No apartamento 2, os equipamentos de hidraúlica originais da construção prevalecem: a pia sintética da cozinha, a pia do banheiro e o vaso sanitário. Já nos 1 e 3, a pia da cozinha foi trocada, inclusive a mulher do apartamento 3 relatou que a substituição foi inevitável, já que a pia original rachou no meio. No 3, além da pia da cozinha, a do banheiro também foi trocada, por uma cuba de vidro sobre uma bancada de granito.
A impressão dos moradores em relação aos seus próprios apartamentos é bem diversificada, como é o caso do tamanho geral deste, em que consideram de médio, pequeno a muito pequeno, respectivamente aos moradores do 1, 2 e 3. Nota-se que o perfil familiar e o numero de pessoas aumenta em cada caso de forma proporcional à insatisfação do tamanho. Os cômodos também receberam qualificações de beleza e tamanho. O entrevistador M, do apartamento 1, afirmou que em geral os cômodos são bem-divididos, mas são pequenos, com exceção da sala e dos quartos que possuem um tamanho médio, e para ele, somente os quartos possuem uma aparência média, todos os outros são muito feios. Já para L, a idosa do apartamento 2, todos os cômodos são bonitos e bem-divididos, mas com um médio tamanho.
Para S, do terceiro questionário, o apartamento possui uma divisão péssima e todos os cômodos são pequenos, com destaque especial à área de serviço que é muito pequena, já que ela lava as roupas de três filhos e do marido em casa. Para ela, todos os ambientes possuem uma aparência média.
Em conclusão, como impressão do grupo, notamos que as divisões de ambientes proposta no projeto não é totalmente seguida. Como por exemplo, a geladeira fica dentro da área de serviço, a mesa quando presente, na sala e entre outros. Isto porque os móveis na maioria dos casos, são de grandes tamanhos e não flexíveis e isto, somado à área minima destes cômodos de modelo tripartido, cria um espaço sem qualidade espacial, comprometendo a circulação e as atividades diárias dos moradores.
A falta de privacidade é um problema visível nesse conjunto, tanto para alguns moradores quanto para os visitantes. Os apartamentos térreos possuem janelas no mesmo nível que as pessoas que circulam pela área externa. Foi possível ver cozinhas e até banheiros desses apartamentos. Um caso interessante foi que em um deles existia uma cortina que separava a cozinha as sala, assim quem passa, vê somente os equipamentos da cozinha, bloqueando a vista para as áreas mais íntimas do apartamento.
Os moradores do apartamento 01 possuem certo desconforto quando se refere a privacidade em relação aos seus vizinhos. Eles colocaram filme preto na janela da sala, pois o vizinho pode ver o apartamento deles se a janela estiver aberta. No questionário eles colocaram privacidade média, a senhora do apartamento 02 colocou que há muita privacidade e a mulher do 03 colocou que existe uma privacidade razoável. Em relação à privacidade entre os moradores o casal do 01 e a mulher do 03 respondeu que existe uma privacidade razoável e a senhora do 02 disse que há muita privacidade. Por mais que o apartamento é totalmente dividido, não existe uma liberdade de circulação dentro dele, pois todos os cômodos são interligados com a sala. Na tabela de classificação da privacidade em relação aos cômodos, a mulher do 3 considera privacidade razoável para todos. A aposentada do 2 disse que há muita privacidade em todos. Já o casal do 1 disse que a sala, os quartos e o banheiro tem a privacidade mediana e a cozinha com a área de serviço já possuem uma privacidade razoável.
Uma preocupação do questionário era avaliar o conforto dos apartamentos, considerando a iluminação natural, a ventilação e a temperatura. A impressão obtida da visita é que nesse quesito os apartamentos são adequados para o clima da cidade, pois a ventilação cruzada permite uma boa circulação do ar e as janelas deixam entrar uma luz considerável. A avaliação apresentada pelos moradores também são satisfatória. Em relação a iluminação natural foi apresentado pelos moradores do apartamento 1 e 3 que é bem iluminado, a moradora do 2 disse que é muito bem iluminada. A ventilação foi apresentada como Muito bem ventilada pelos moradores 1 e 2 e bem ventilada pela moradora 3. A temperatura no verão é agradável para o 1 e o 3, e muito agradável para a 2. Já no inverno a moradora do 1 disse que sente muito frio e precisa fechas as janelas, então foi respondido médio para o 1 e agradável para o 2 e o 3.
Em relação aos ruídos sonoros no geral foi apresentado silencioso. Mas foi notório por meio de conversas que no condomínio existe regras que impeçam os moradores de fazerem muito barulho. Alguns moradores disseram que a sindica fez regras que se algum apartamento for reclamado por causa de barulho os moradores terão que pagar uma multa equivalente ao valor do condomínio. A família do apartamento 1 falaram que durante a noite principalmente existe muito barulho externo devido as motos na avenida que esta localizado o UAI São Jorge. Assim, tirando a reclamação externa do apartamento 1 as outras respostas são referente ao fato de ser silencioso.
A preocupação pela decoração, a aparência do apartamento esta presente principalmente no primeiro apartamento. Devido ao fato de terem uma situação financeira melhor, o apartamento é todo mobiliado e decorado. Uma aparência composta por mobiliários novos e bons. Isso contribui para a adaptação da pessoa com o lugar. Assim, as respostas dele é de quem é bem decorado, identificando muito com ele e se adaptando muito a ele. Já a aposentada do 2, devido a sua história difícil, ela contou que quando a filha comprou o apartamento eles tiveram que comprar novos móveis, já que os dela já eram muitos velhos e desgastados. Mas, apesar de tudo ela considera que esta bem decorado, identificando e adaptando muito a ele. Já a moradora do 3 não se identifica com o apartamento e acha ele pouco decorado.
Certas atividades são necessárias serem feitas em casa, mas existe outras como trabalhar que nenhum dos entrevistados realizam em casa. No apartamento 01, o ato de lazer, estocar coisas, quartos, cozinha, lavar roupa e dormir são apropriados. Já o de descansar, tomar banho e comer são totalmente apropriados. Somente receber as pessoas e estudar estão mediano. O apartamento é muito pequeno pra poder ficar aparecendo parente ao mesmo tempo. A aposentada do 2 acredita que tudo é apropriado para os usos dos mesmo. Já no apartamento 3 ele só não é apropriado para lava roupa. Mas nesse apartamento é questionável o tamanho dos quartos já que são três filhos que dormem em um mesmo quarto. Assim atividades como estudar que são os três mais a mãe se torna uma situação bem complicada pois não tem espaço para todas. No geral todos os apartamentos são apropriados para as realizações das atividades básicas.
Por meio desses dados recolhidos tanto no momento de realizações do questionário quanto depois analisando as respostas podemos reconhecer vários problemas e entender que melhorias devem ser aplicadas nessas habitações de baixo custo.
Por meio desses dados recolhidos tanto no momento de realizações do questionário quanto depois analisando as respostas podemos reconhecer vários problemas e entender que melhorias devem ser aplicadas nessas habitações de baixo custo.
domingo, 18 de dezembro de 2011
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